O recente aumento de preços do Xbox Game Pass no Brasil gerou uma onda de reclamações de consumidores e chegou até o Procon-SP. O plano Ultimate, que custava cerca de R$ 60 por mês, passou para R$ 120, incluindo agora serviços extras como Ubisoft+ Classics e Clube Fortnite.
Diante das denúncias, a Microsoft enviou uma resposta formal ao órgão, negando qualquer prática ilegal, como venda casada. Em uma carta de oito páginas, a empresa afirmou que a reformulação dos planos tem o objetivo de oferecer “mais valor e flexibilidade” aos usuários, e que todos os pacotes podem ser contratados separadamente.
A justificativa: “O Game Pass é como uma academia”
Na resposta assinada pelo escritório Souto Correa Advogados, a Microsoft comparou o serviço a uma academia:
“Seria como se o plano mais simples permitisse o uso de academias menores, enquanto o mais completo dá acesso a espaços de elite, com serviços adicionais.”
Segundo a empresa, essa estrutura é comum no mercado, em que diferentes mensalidades oferecem níveis variados de benefícios. Assim, os novos preços refletiriam o valor agregado dos planos e não uma cobrança indevida.

O que dizem os críticos
O jornalista e criador de conteúdo Pedro Henrique Lutti Lippe, do canal tvPH, foi quem levou o caso ao Procon. Ele afirmou que, apesar da longa resposta, a empresa não esclareceu o principal ponto:
“Não é mais possível acessar os jogos no lançamento sem pagar pelos novos benefícios que ninguém pediu.”
O criador reforçou que o reajuste representa uma mudança forçada no modelo anterior, já que o plano Ultimate agora é o único com acesso aos títulos “day one”.
Novos preços do Xbox Game Pass no Brasil
A partir de 4 de novembro, o Game Pass terá três níveis principais:
- 🟢 Essential – R$ 43,90/mês
Inclui cerca de 50 jogos e multiplayer online. - 🟡 Premium – R$ 59,90/mês
Mais de 200 jogos, sem lançamentos no primeiro dia. - 🔵 Ultimate – R$ 119,90/mês
Mais de 400 jogos, com lançamentos “day one”, além de EA Play, Ubisoft+ e Clube Fortnite.
O Game Pass para PC também sofreu reajuste e custará R$ 69,90/mês. Assinantes atuais serão migrados automaticamente para os novos planos equivalentes.
E o consumidor?
Apesar da polêmica, a Microsoft afirma que as mudanças refletem uma repaginação natural do serviço. Quem não concordar, pode cancelar a assinatura sem multa.
No entanto, as críticas seguem fortes entre os jogadores, que veem o aumento como um retrocesso em relação ao antigo modelo de acesso acessível a jogos AAA no lançamento.

Conclusão
O caso reforça o debate sobre transparência e reajustes em serviços digitais, especialmente quando afetam uma base fiel de usuários. A Microsoft promete mais valor agregado, mas os jogadores pedem o básico: clareza e opções reais de escolha.






